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Fazer Obra 3


Quando comentei anteriormente sobre insatisfação e acreditar que para um caminho tranqüilo de obra é preciso acreditar na realização de um projeto completo e da necessidade do engajamento por parte do cliente, me fez lembrar uma conversa com um amigo arquiteto que contava sua experiência profissional na Inglaterra. Por lá, o tempo dedicado para a realização do projeto é consideravelmente maior, de duas a três vezes mais do que aqui e com uma qualidade de uso da hora igualmente superior. Muitos fatores devem-se a isso. Por um lado, temos um cliente que entende melhor sobre a profissão de arquiteto e o projeto em si e por outro lado um maior interesse e em saber dos detalhes e defini-los em fase de projeto. Isto, aqui no Brasil, é muito raro, pois o normal das pessoas é se preocupar com o resultado estético (a grosso modo falando; do 3D), sem procurar entender o que representa aquela pastilha amarela, ou o revestimento de madeira. Isto, na maioria dos casos, é deixado para a faze de execução e contratação de obra e materiais. As conseqüências desse “pra depois” é que uma das frases mais ditas quando algo está feito é: “se eu soubesse que o acabamento seria este, não teria feito”.

Culpados...bom, somos todos. Somos por que nós profissionais devemos brigar mais por essa proteção e qualificação da fase de projeto e o cliente por optar pela opção mais cômoda do processo, a de despender pouco tempo para as necessidades de projeto . Isso é como uma barra de chocolate na boca do gordinho, ele só vai perceber os efeitos na hora da balança, ou seja, na obra.

Fica um pedido: Vamos dar mais atenção ao que queremos e como queremos, tanto pelo arquiteto quanto pelo cliente. Nós arquitetos, temos que brigar mais pelo tempo qualitativo de trabalho projetado e planejado e o cliente disponibilizar mais do seu tempo para se envolver na fase inicial do projeto e procurar saber dos efeitos colaterais das suas escolhas, mesmo que a notícia seja dura.

Na próxima, vou apresentar a vocês o “Jaquê”. Esse cara, quando aparece na obra, não é fácil.

Maurício.

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