top of page

Jiu-Jitsu, um transformador de vida.


Jiu-Jitsu,

um transformador de vida.


Porque um esporte se torna tão importante na vida?

Hoje, meu texto é para aqueles que estão cheios de desculpas para não fazerem nada ou para não mais fazerem aquilo que, por muito tempo, praticaram e, hoje, guardam apenas na memória as alegrias da época.

Mas também, serve muito bem para aqueles que, pouco a pouco, vão deixando as desculpas diárias nos transformarem em pessoas sedentárias e acomodadas. E isso também me serve em muitos momentos do meu dia-a-dia e minha vida.

Somos todos seres humanos e, em sua grande maioria, tendemos a achar justificativas para crermos que não seremos capaz de realizar algo. E assim foi e acaba sendo ao longo de nossas vidas.

Sempre tive, e sempre terei, força em minha família nos momento de fraqueza e queda para conseguir levantar, bater a poeira e tentar novamente...não seguir em frente...mas tentar novamente até conseguir. O persistente alcança.

Talvez, parte disso, eu também tenha aprendido no Judô quando era pequeno. Certamente que sim. Mas, depois de um tempo eu parei de praticar sem nem ter chegado a uma fase adulta o suficiente para que pudesse me dar conta do que todos aqueles ensinamentos significavam para uma vida saudável e do bem.

Fiquei adolescente e comecei no Jiu Jitsu. Pratiquei 4 anos e deixei que lesões e acontecimentos da minha vida se transformassem em desculpas suficientes para que eu desistisse. E eu o fiz. “Bati”, aceitei a derrota e fui embora...indicando que, novamente, eu não havia compreendido as lições que o tatame nos ensina.

Dez anos mais tarde, tive nova oportunidade e retornei ao Jiu Jitsu. Literalmente recomecei “do zero” e mais quase dois anos de treino me mostraram o quanto esse esporte pode nos trazer valores e benefícios. Fiz amizades, tinha parceria de treino e fui aluno do mestre Márcio Corleta, campeão mundial, apaixonado pelo que faz e um grande cara. Mas, novamente, eu parei. Perdi meus parceiros de treino, sofri uma nova lesão e novamente a vida aplicou duros golpes. Caí, “bati” e fui embora.

No entanto, desta vez, eu havia aprendido muitas coisas...mas, me enchi de desculpas e fui embora.

Mais um ano e meio se passaram, um amigo próximo e parceiro de treino da década de 90 me chamou pelo face e disse:

“Fala ae Gordo! beleza? ta treinando? cara seguinte to reformando aqui o andar de baixo da house e vou dar aulas de jiu jitsu aqui... com foco em defesa pessoal qualidade de vida total. Muita galera que trabalha, e vão fazer por hobby sem foco competitivo, resgatar muito dos ensinamentos Gracie. Vou ficar muito feliz se tu vieres treinar comigo. Fico no aguardo da tua resposta e visita. Abraçao!!”

Novamente a vida veio e me estendeu a oportunidade. Ela não desistiu de insistir comigo.

Confesso que tentei arranjar um monte de desculpas, afinal elas já tinham me convencido e me colocado no ócio por outras tantas vezes. Mas, foi insistente e:

(Pedro pelo face) “cara, traz tua armadura. Vamos conversar de quimono no tatame, isso já faz bem pra pessoa”.

Isso era uma sexta-feira.

No sábado, meu aniversário, fui comemorar no Ocidente, lugar onde muito fiz festa com meus amigos e onde encontrei a minha amada esposa Marta............me encontro com o Pedro e faço uma promessa: “velho, segunda-feira estarei, sem falta, lá para treinar”.

Não tinha mais volta, eu havia prometido.

Voltei a treinar feliz, mas repleto de velhos hábitos, pois eu me dava mais desculpas do que incentivos para treinar.

A turma era pequena e meus parceiros de treino tomavam suas primeiras aulas. A medida que os meses se passavam minha vida ficava cada vez mais dura nos treinos porque meus amigos eram dedicados e não davam desculpas para treinar, eles simplesmente iam e treinavam todos os dias.

Todos estes meses de duros treino me ensinaram que eu continuava com meus velhos hábitos e mantê-los não me levaria além do ponto em que eu estava na minha vida. Seja para o que fosse...esporte, vida profissional, vida particular, familiar, amigos, etc...

Com meu professor, Pedro Baldini, e meus amigos aprendi novos hábitos.

Aprendi a parar de dar desculpas, ir lá e fazer.

Aprendi que não adianta saber, é preciso colocar em prática.

Aprendi que hierarquias só fazem sentido se tivermos algo à oferecer e retribuir.

Aprendi a ter melhores hábitos com minha saúde e parei de brigar com a balança.

Aprendi que quanto mais aprendemos, mais capacidade ganhamos para ver o quanto a gente não sabe ou se tem a aprender.

Aprendi a ter mais objetividade e maior poder de reação, principalmente contra os maus hábitos.

Aprendi a vender caro a derrota sabendo que irei buscar nova chance de vitória.

Aprendi a controlar o medo.

Aprendi muito mais.

Isso é Jiu Jitsu pra mim.


https://youtu.be/9Bxb9N-9ZmI

É uma arte marcial e um esporte que evolui a pessoa de forma física, espiritual, mental e emocionalmente. Nos ensina a lidar e criar auto estima. Nos ensina que sempre haverá forma de reverter um momento difícil.

Jiu Jitsu ajuda a transformar pessoas comuns em indivíduos melhor preparados para enfrentar as dificuldades da vida. A não colocar a culpa nos outros, pois a reação depende da nossa vontade.

Ensina a humildade na derrota e na conquista, e que a lealdade com o adversário engrandece o caráter.

O Jiu-Jitsu é o único esporte que a tão sonhada faixa preta não se alcança por tempo de prática, mas sim por merecimento, dedicação e persistência. A maioria nunca será, pois desistirão pelo caminho. Um caminho com muitas conquistas, mas também com muitas derrotas...e a derrota confronta o ego e a arrogância..e lidar com ambos não é algo simples.

Outros perdem para as desculpas ou por incapacitações alheias as nossas vontades.

Para mim ainda falta um longo caminho, mas o tamanho não importa...o importante é querer chegar e aproveitar bem o percurso , enriquecendo amizades e crescendo como indivíduo.

Por mais que se fale e explique, nada traduz o prazer, respeito e desafio de se vestir um kimono e pisar num tatame. Em meio a toda energia da luta, uma paz mental que silencia todas as preocupações e aborrecimentos, deixando espaço apenas para aquele exato momento de desafio físico, mental e emocional.

Não há idade, nem sexo, nem aptidão. É preciso apenas vontade, dedicação e paixão.

Agradeço muito aos meus pais por terem me colocado em um tatame logo cedo.

Minha homenagem e respeito à minha academia Baldini Jiu-Jitsu, ao professor Pedro Baldini e a meus amigos de treinos diários.

Experimente o jiu-jitsu.

Maurício Aurvalle


Assista também à clássica demonstração realizada por Rickson e Royler Gracie em meados dos anos 90 quando o Jiu-Jitsu ainda era um "desconhecido" para o mundo do MMA (recém ex-vale-tudo).


29 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page